Meu menino orvalho de sua menina neblina
Quem te fez marinheiro em terra
Não te deixou voar albatroz
De fúnebre partida e reza
Esvaziou a tua voz
Enchendo-a de ilusória delícia
Deixou-te sozinho e na espera
De voltar apenas o suficiente
Para não te soltares dos nós.
Meu menino orvalho de sua menina neblina
Não deixes que te prendam
Senão à memória daquela esquina
Em que nos dói o pensamento
Numa e noutra frase
Que um dia nos deu alento
E hoje só custa
Porque nos matámos por dentro.
Meu menino orvalho de sua menina neblina
E agora que só fazemos o que tem de ser
E já não vemos a aurora amanhecer
Que nunca nos esqueçamos
Do que nos faz doer
E nos lembremos
Que é porque existe o maior amor
À espera daquela lareira
Quando tudo nos for uma brincadeira
E nada mais houver a fazer.
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