terça-feira, agosto 15, 2023

Cada vez

De cada vez que fico assim à beira da morte, volto a ti e àquela sorte de ter podido ouvir-te um dia. 

É um misto de carinho, pena, dor e alegria. Imaginar-te-ia de novo aninhado defronte a mim e até mesmo eu a poder abraçar-te o corpo deitado, repousando a cabeça no teu amplo peito. 
Mas sei como tu que existes detestas-me e eu que amo uma pessoa que não existe, não presto, daí que num instante desvanece-se tudo e fico aqui como sempre a morrer devagar. 

(Novo tratamento ontem, está a matar-me, virou-se contra mim porque mais uma vez fortaleceu-se o sistema imunitário, voltei a sangrar, mas estou a insistir para matar a infecção)

Sem comentários: