terça-feira, dezembro 19, 2023

Será?

 Será que ainda me procuras quando chega a noite e só existe o branco das paredes do apartamento? Será que ainda me vislumbras quando fechas os olhos e a luz que houve um dia dentro de nós a meias como a nossa escuridão, sufoca o peito com a ânsia daquele calor que nos acalentou o coração? Será que ainda me bebes como um dia a pura água cor de sangue que matou a tua sede? Será que ainda me encontras quando num segundo surgimo-nos no pensamento e unimo-nos numa sintonia do rádio soando no ar? Será que ainda te sentes como a minha eterna e inabalável lua como eu serei sempre o nosso ar; será que me vês bailar, corpo unido ao teu, onde é o meu lugar? Como vê, amado meu, o tempo em que só importará o céu?

(05/10/2023)

Sem comentários: