tu a estrela, eu o escuro.

 A estrela que és ofusca todos
torna-os cegos com tanto brilho
e fulgurante radiância
e eu, que sou um ser pequenino,
como uma formiguinha laboriosa,
sou invisível perto de ti
e dos teus olhos
nunca me quiseste ver assim
não procuraste saber de mim
nem ao menos do que eu quis
pois foi tão mais fácil, imagino,
pôr-me num papel qualquer de actriz
e descartar-me e detestar-me 
sem nunca dares hipótese
a saberes quem realmente sou
no escuro do pano de fundo.