sexta-feira, maio 09, 2025

Morta e mortífera

 Nada do que escrevo
Sei por que escrevo
Senão impelida 
Por um impulso 
Meio escancarado
Meio urgente 
Meio em segredo 
Morta e mortífera 
Às vezes tenho medo
Mataram-me mil vezes
Matei umas poucas 
Mas nada do que fui
Nem nada do que sou
Alguma vez foi lei
Pois sou de deixar tudo
Acontecer e sobreviver 
Amiúde 
Para raramente viver

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