sexta-feira, outubro 06, 2023

Ao meu amor inexistente

 A música que tu tinhas feito e que eu nunca soube se podia ser para mim, ainda me volta à cabeça agora que está tudo perdido em mim, em toda a minha vida horrível como sempre. E eu dava tudo para te poder ver, para te poder merecer, para estar à altura da tua presença e que tu me amasses tanto e tão ampliadamente como eu te amo. Talvez me agarre a ti ainda mais nestes momentos em que a vontade de morrer volta por causa do mal violento e nojento que ela me faz e ele também por consequência, mas a verdade é que o meu amor e minha necessidade de ti ultrapassam tudo isso, são independentes de tudo e são omnipresentes.

Queria que ao menos conseguisse saber que existes de facto, que tudo o que sinto tem vazão, por mais que o meu inferno aqui seja tão insuportável às vezes e que só me apeteça nunca ter existido nesta terra maldita. É, há vezes em que já pensei que mesmo que aquela visão de nós dois juntos daqui a anos fosse realizar-se eu não aguento agora e queria morrer já. Se tu soubesses tudo o que eu venho passando desde que nasci, amado meu, a pena que um dia tiveste de mim só sobraria ela.

Todos os dias ainda te amo e fico feliz por ver-te num segundo tão feliz quando tão raramente te vislumbro na minha mente mais nitidamente. Tenho mesmo pena que não existas de verdade como eu pensei. Queria muito que me viesses buscar para me guardares sempre junto de ti. Pensei mesmo que me protegerias um dia de vez e tomássemos o que é nosso. Não há nada neste mundo que eu queria mais do que tu seres real como eu pensei por momentos. 

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