Um dia hei-de morrer como toda as pessoas de uma maneira ou de outra. Mas antes não posso esquecer daquele momento em que a Carminho e o Zé Ibarra me disseram aquelas coisas tão bonitas que ressoarão sempre dentro de mim; e a correspondência entre mim e o meu querido Sir Eddie Vedder, as suas lindas palavras para mim, a sua lady hehe; também não devo esquecer o que me disse o Zaim Kamal da Montblanc, os seus belos elogios a mim, ao meu estilo e principalmente à minha escrita (assim como o Eddie) e os livros que ele me enviou depois; mas também e muito mais vital pela constância, conhecimento e acompanhamento, as palavras bonitas da minha menina linda Renata Paloma e do meu caro amigo Marcelo Cardoso que se tornou num irmão para mim; há mais umas pessoas de que me consigo lembrar que me disseram coisas muito bonitas e importantes em certas alturas (como até o meu fantástico Lucinho Mauro) pontualmente.
Acho que é importante lembrar disto, especialmente em momentos assim maus como estes que passo e se repetem há tantos anos com esta eterna e horrível situação de violência doméstica a vida inteira. Lembrar que tive amor e admiração de pessoas que gostaram de mim como eu era e que eu não sou apenas um zero, uma merda, como quem me pôs no mundo passou a vida a pisar-me a dizer e a tratar-me assim, fazendo com que eu desde os meus doze anos queira morrer por causa de toda a porcaria que ela faz a mim e ao meu pai a vida toda.
É, nós ficámos doentes e deprimidos e isolados por causa dela uma vida toda, mas fomos pessoas queridas e amáveis e por isso valemos muito, muito mais do que apenas o dinheiro que ela sempre quis ir atrás.
Nós valemos e muito e demos valor às coisas certas e houve umas pessoas que enxergar isso e não foram apenas interesseiras. Eu agradeço muito por ao menos ter cruzado com essas pessoas na minha vida nos momentos que foram. Quando eu morrer, provavelmente ninguém delas há-de saber, mas elas souberam que eu estive viva e eu soube que elas existiram e isso ajudou-me muito a sobreviver mais um dia que fosse. Obrigada, "I've always depended on the goodness of strangers" too.
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