Numa nuvem pairam os santinhos
Acima da Terra a guardar os humaninhos
Vem um vento forte da estratosfera
Os santinhos entram em guerra
E na Terra é um quem dá e leva
Que já ninguém pode com o desatino
Vira e mexe dizem que é destino
Vêm os profetas do tal do apocalipse
E eu que sempre fui tāo ingenuozinho
Acreditei no que cada santinho disse
Pus cada um no seu altar bem alto
Levei flores e fui pinga-amores
Quando pomos o fado em contralto
Só para escapar à responsabilidade
De cada um pelas suas próprias dores
Dá ao salvador toda a sua potestade
Já eu que desde criança lido com horror
Sei bem o que os que têm deus na barriga
E auréola depositada pelo alheio louvor
Têm no cerne, revelando na hora da briga
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