terça-feira, novembro 05, 2024
Viver
segunda-feira, novembro 04, 2024
Eu pequei
sábado, novembro 02, 2024
quarta-feira, outubro 30, 2024
Coração
Quando o nosso coração fica num sítio diferente do peito, é porque foi arrancado de lá. Não, ele não viajou para o estômago nem se deu, aquando da pequena morte, ir para cabeça - embora se pense isso de muitos homens -, nem sequer foi atravessar a cavidade torácica para fora, não, por mais que seja essa a imagem quando se fala de arrancar.
A verdade é que ele ficou noutra pessoa. Passou pela boca e foi deixar-se no outro. Como uma bactéria fulminante. Mas nem sempre no que toca ao receptor. Porque invariavelmente é quem fica doente é quem era o seu original portador. O coração já não é da gente. E nós que vivemos com o coração deixado em alguém parecemos tuberculíticos, definhando em angústia e conformação.
segunda-feira, outubro 28, 2024
Entendimento
Não te preocupes, eu sei a m*rda que tu és. Eu também sou. Eu amo-te na mesma, porque sempre te amei, desde o princípio dos tempos em que nada tinha existência senão aquela nebulosa olho de gato.
domingo, outubro 27, 2024
Meu amor!
Mal te oiço e sai um meio angustiado "ai, meu amor", porque ainda cantas o nosso secreto fervor e eu desatino no que é dor que dói e ardo no fogo que se faz ver.
Sempre.
Eu tenho estado aqui num limbo, apenas poucos dias, e tu estás sempre, no ar que se infilra nas minhas narinas, esse cheiro de mar, ó meu amor, vem me encontrar.
terça-feira, outubro 22, 2024
Fundão
segunda-feira, outubro 21, 2024
Querido,
quanto lutei eu contra este sentimento, em vão e estupidamente. Um dia, deixarei de existir e aí sim, não te verei mais. "Queria tanto você aqui", mas não, queria era estar contigo onde quisesses estar, porque onde tu estás é também o meu lugar.
Tenho saudades do que prometemos em surdina e telepaticamente. Lembras-te da gente?
Herança
domingo, outubro 20, 2024
Meu amor,
Escreve-me uma carta a dizer sobre o quanto me amas e a detalhar as coisas que gostas em mim, e que me escutarias até ao fim dos dias; que a minha voz é a mais bonita e eu sou a pessoa da tua vida; que cada célula do teu corpo também sou eu e que tudo o que fazes de bonito tem-me a mim no pensamento.
Escreve-me num papel com marca d'água e fecha o envelope com lacre vermelho da cor do coração.
Escreve-me a dizer que estamos perdoados, pois não há o que perdoar, que me perdoas e me pedes perdão e que sempre teremos a nossa eterna paixão. Diz lá também que não há ninguém acima de mim nas tuas prioridades, pois eu sou a pessoa mais importante do mundo para ti.
Escreve tudo em letras por extenso e não em maiúsculas como quando escreves as tuas letras e listas Mesmo que fique em gatafunhos, eu vou entender tudo o que querias dizer nesta carta que te pedi. Diz que me vais escrever mais cartas com tudo o que passaste e sentiste (inclusive as tuas queixas, nomeadamente de mim também), para que eu saiba que nunca nos perdemos no automatismo do dia-a-dia e nas mudanças que vamos tendo em nós.
PS: aquilo que te disse uma vez sobre as mulheres serem ardilosas, aprendi essa frase dita por um personagem a fazer de árabe numa novela vossa, quando era adolescente, e eu fui me apercebendo como as mulheres eram mesmo assim e eu nunca fui, porque acredito em ser completamente honesta e dizer o que sinto, para poupar sofrimento a todos. No entanto, causei-nos sofrimento na mesma.
quarta-feira, outubro 16, 2024
O amor inevitável
Volta e meia, vinha a questão de como é que eu te amo a ti que és igual a mim, não gostando eu de tanta coisa em mim e do que sou e do que não fui capaz de fazer por mim. Só agora entendi. Amar-me a mim, não é tanto assim nessas mil coisas, mas inevitavelmente tenho amor por mim, deve ser no caso como quando se tem por um familiar de quem não se gosta mormente da personalidade, etc., mas que sempre se amou enquanto tia, ou tio, ou o que sempre foi. Um amor inevitável, sem explicação, é e pronto, porque se for a responder a "porquês" não tem muito aspectos que se salvem.
Ainda assim, tenho um certo fascínio por ti em vários detalhes teus, imagino que seja por ter sido tão apaixonada por ti e ainda gostar tanto desses pormenores que são muito teus. Amo-te tanto, meu amor. Mesmo que nunca tivesses acreditado que era um amor bonito e não doente. O meu maior desejo é que voltes a lembrar dos momentos que eu te pareci perfeita, ou não tão horrível quanto depois me fiz para me largares. Esta coisa de nos irritar o que mostramos e que na realidade nem somos muito, senão personas que surgem contaminadas mediante estímulos dos outros, como reacções automatizadas de defesas primitivas. Em essência somos iguais também, a mesma simples confusão. Dois de nós no mundo..., que chatice, né? Ao menos alguém beneficiou com isso.
terça-feira, outubro 15, 2024
o "sobre mim" q nunca atino lá
🤷🏽, complexa, mas sei que tinha mania de justiça pra oprimidos e amar desgraçados como eu, porque são os que mais precisam.
segunda-feira, outubro 14, 2024
Afinal, o que eu queria
Afinal, o que eu queria, era que me tivesses dito que me amavas mais do que a vida, como eu te amo.
Bobóra
domingo, outubro 13, 2024
Como?
Como é que se enterram amores que não morreram e que, às vezes, pelo contrário, parece que acabaram de nascer, relembrando-nos do que é mesmo sentir-se vivo em explosão de sentimentos em festa?
Renascem com pujança, coloridos, quase com um toque de carnaval e fanfarras, trompetas soando no Olimpo a anunciar o reacender da chama no peito.
Enterros impossíveis, os de quem não morreu; querer matá-los à força, alguma vez resultou?
Lembro-me de quando o detestei sem nunca deixar de o amar. Lembro quando me irritei, mas foi também por amá-lo. Ao outro, nunca cheguei a ter esta troca de sentimentos nem tão imensamente intensa. Só um carinho muito grande nesse amor. A paixão pelo outro é que me fez entrar também em desatino e ultra-defesa, afinal eu sou quem a fugir tem mais destreza. Nunca ninguém conseguiu prender-me totalmente, acabando eu por perceber que tive na vida uma meia dúzia de propostas de casamento de pessoas a quem dei sempre para trás. Porque é que eu não fui nascer uma pessoa simples e fácil de se decidir, é uma chatice mesmo e assim nunca saberei como teria sido. Partindo do princípio que nesse caso eu conseguiria estar numa relação e ultrapassar a fase de quando parece que o amor acaba, ou a paixão, ou as duas coisas, e aí lembrar que haveria hipótese de continuar e reacender tudo com a mesma pessoa, sem ser num estado perpétuo de relação tóxica, mas realmente tendo alguém como verdadeiro parceiro, completamente honesto, decente e leal... e não, não seria este caso em que seria adepta de assumir uma espécie de pan-sexualidade e não-monogâmica..., pois já deu para constatar que paixão envolve posse mesmo e daí ciúme, nem tanto pela insegurança, .. eu, hoje em dia, tenho um profundo nojo de gente traidora e não somente pela questão das DST, tipo no velório do personagem Charlie dos Two and Half Men, o desfecho foi bem louco.
Bem, isto já está a alongar-se demais e como a única pessoa que eu amo e com quem havia de me casar não existe senão na minha cabeça (como ele próprio me disse quando me rejeitou), também não vale a pena ter escrito mais um texto vão sobre o amor que deu sempre confusão.
sábado, outubro 12, 2024
Ainda rogo que o teu nome saia de mim
sexta-feira, outubro 11, 2024
quarta-feira, outubro 09, 2024
Anjo
Quando eu morrer serei um anjo, daqueles que voa e vem cá abaixo só de vez em quando. Um anjo de asas brancas como nas ilustrações. Afinal, eu sempre quis voar, não é verdade? E também houve quem me chamasse de anjo cá na Terra, mesmo quando eu não me sentia muito angelical.
Finalmente
Finalmente, acho que já sei o que sempre procurei mesmo: alguém que ao me encontrar pela primeira vez não me visse como uma desconhecida, como alguém superior ou inferior ou indiferente; e que me reconhecesse, como se eu não fosse alguém externa a ela, diferente do que ela é; e que me amasse como eu sou; além dessa pessoa ser uma pessoa sempre atenta, bondosa, generosa, honesta, decente e leal.