terça-feira, fevereiro 13, 2024

"o amor existe, porra", não era?

 sinto falta de sentir que o amor existe. mas até não somente daquele que é tanto que é substância, mas também do ilusório, fofinho, de um momento em que se está simplesmente apaixonado. não falando da paixão, atenção, essa é violenta e má, perversa e pervertida, cega e enlouquece os mais inexperientes e apanhados sem saber, como um vírus que se espalha e só se dá conta quando já não há como reverter os danos. 

é, sinto falta de saber que ele existe e mora tão simples e plenamente no afago de um abraço, como aquele que nunca me deste. 

faz-me falta agora por causa das mortes que tornam tudo tão mais gélido ainda e incapaz de sorrir. pensava no amor como remédio, um quentinho de uma lareira vinda de um coração mágico que me mostrava de novo que ele existe, sim, porra. nem que fosse por um momento, nem que fosse pela necessidade que a morte faz, porque sim, também queria ser eu normal e mundana, com direito a alguma coisa de banal que já não me fizesse ser rara nem triste, que me transformasse nuns segundos numa pessoa crente em absoluto.

ver-te fará sempre isso e, mais, ouvir-te fará mais ainda, sentir-te seria sempre sorrir-te, eu que fui tua amiga, amante, amadora, amiga. fui?

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