morreram-me todos
e eu arranjei uns substitutos
que rapidamente morreram também
e depois não ficou ninguém
só eu na minha empoeirada cela
muitos dias sem ver o Sol
sem ver a rua onde cresci
sem ver uma pessoa sequer
sem já abrir a janela
sem ter grande força para comer
sem conseguir dormir
sem ter qualquer real esperança
e depois enfrentar a madrugada
e mais uma vez não desistir
sem questionar o porquê
ingerir o sal e a água
não me deixar definhar
e amanhã tudo outra vez
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