Antes de me cruzar contigo, não sabia que era tão ingénua e que o mundo era tão interesseiro e que toda a gente só queria era fama. E eu, que permanecia cheia de gentileza e pequenas delicadezas, para mim habituais desde bebé - contam as lendas -, era motivo de chacota por tal e também por algumas vezes na vida me mantiveram como a minoria exótica de estimação, como fazem os ricos.
Sabes, é que eu via as pessoas no que elas tinham de mais bonito e honesto: as suas empatias e vulnerabilidades, entendendo muitas vezes o que as causavam. Mas a maldade, a ignorância, o ódio, a inveja, o desprezo e a estupidez humana que nunca tem limites, escaparam-me ao olho nu por esperança de que as pessoas pensassem e também por causa do amor que pensei que existisse dentro delas.
A minha ingenuidade foi o que mais lições me deu ao vê-la agredida volta e meia. A mais dura lição que me trouxe foi a de que todas as pessoas são ilusões e quase ninguém muda para melhor.
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