Acho que nunca mais vou amar alguém activamente. Sei que já antes, há décadas atrás, disse que nunca mais ia amar alguém de novo, mas desta vez com esta idade é diferente. Não sinto que seja capaz. Depois dos traumas, quando se fica assim neste estado esmagado e apático, de estar meio zombie, sei que poder-se-á dar o caso de com o tempo o esquecimento fazer de novo deixar-me ir, de guarda baixa, não esperando por nada, e pimba, acontece de novo sem se dar conta e depois é tarde demais. Mas neste caso, há alguém que me magoou de tal forma que me destruiu na capacidade de amar e me fez reconfirmar que eu só amei pessoas ditadoras que me tratam mal, porque toda eu fui formatada por uma assim e há grande hipótese de o meu sistema só amar pessoas interesseiras que não ligam para nada nem ninguém, senão quem lhes faz o que querem.
Descobri apenas mais uma vez que o amor não presta para mim. Senão o das verdadeiras e generosas amizades e simples para mim. Se calhar, toda a gente só opera assim mesmo, no fundo, exceptuando os sádicos que tive o infortúnio de apanhar.
Passado tanto tempo, continuo a dizer que não sei nada sobre nada. Tudo é mutável e relativo a todo o instante para toda a gente. Eu sou só uma poeirinha cósmica no meio dessa tempestade.
Creio que dele só quis que ele procedesse demonstrando que me amava de facto e como nunca o fez, não pude apreciá-lo nesse sentido, senão da forma que eu o amei e dei valor ao que eu pensei que ele era como artista e pessoa de verdade. Uma ilusão é sempre o que alimenta o amor, é o que se sabe, não é? Pior que eu amei-o em todas as vertentes que ele demonstrou, inclusive e apesar de quando ele quis a minha morte.
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