Eu pedi-te perdão. Tu nunca me perdoaste. Eu fiquei todos os dias a massacrar-me por nos ter causado tanta dor e confusão, destruindo a possibilidade de continuarmos a amarmo-nos inocentemente como no início da que parecia uma amizade. Só queria que me perdoasses e não me detestasses, mas ninguém escolhe de quem sente irritação. Nunca quis que nos tratássemos tão mal. Para ti já não foi a primeira vez que algo assim se deu, mas para mim foi, jamais alguém me tinha feito ser assim tão prejudicial para alguém e para mim mesma.
Saber as causas não minimiza a dor que aconteceu, apenas permite entender e fazer as pazes com a falta de controlo sobre tudo o que se sucedeu.
A destruição que se deu em mim foi tanta que não restou mais nada.
A mulher que tu és e a mulher que eu sou hoje, não sei o quão maduras nos tornámos. Sei que não queremos nunca mais passar pelo mesmo e esse receio é afinal muito maior que qualquer amor que tivesse havido. Eu pensei que não havia amor maior e mais impossível de se extinguir. Eu sei que em mim continua guardado como sempre. Sei quanto te amei e por isso estraguei tudo. Eu precisava não só do teu perdão, mas que tu me amasses tanto que jamais me quisesses mesmo abandonar. Como isso nunca foi possível, não há nada a fazer. Fico eu, como sempre, desde sempre, a penar.
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