domingo, maio 05, 2024

Estado de (c)alma

 Agora todas as fotografias têm uns tons meio azuis-esverdeados e como o encontro tímido e impetuoso - como nós fomos - da água doce quando se vai entranhar no mar salgado, também elas permanecem na mente com um élan quase leitoso. Mates. Com pontos de luminosidade que vibram. Corre mansa a aragem das imagens. Já nada é fugaz. Tudo ondula num balanço imperceptível ao olhar despido, mesmo com as suas arestas definidas. O Norte és tu, eu sou o Sul e a bússola aponta-nos no mesmo lugar do x marcado do tesouro no mapa. Eu já não sou pirata. Reformei-me nessa ilha na casinha que construímos. Não fomos ao Japão. Fizemos o Japão vir até nós. Espírito e vento e (c)alma

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