Costumávamos saber uns dos outros todos os dias, porque nós preocupávamos, pois a morte parecia ainda mais iminente naqueles dias de terror.
Servimo-nos assim de conforto num oásis que criámos de santuário para nos refugiarmos.
Depois, quando o amor que construímos foi abandonado por todos, como antes mesmo eu disse que ia acontecer, fiquei só eu, que sempre puseram de parte e ignoraram, associada à imagem do fim do mundo a que não se quer voltar.
Mas o que todos tentam ignorar e não toleram pensar é que o mundo já acabou e o nosso amor que era mesmo real e puro nunca se poderá ter sequer um milésimo do que se inventou depois com outros para urgentemente se compensar.
Esse é o pedaço que falta e que vamos sempre carregar sem saber por que sentimos um certo vazio e incómodo latente.
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