segunda-feira, julho 31, 2023

A lua de novo a encher

 Dou por mim quase a praguejar a lua por ver que está a encher de novo e a fazer-me sentir demasiado tudo de novo. 

Penso em como o que eu mais quero é ouvir-te dizeres-me que me amas. 

Corta-me o coração pensar que não estamos juntos, perto, que não és tu quem me embala os olhos e ouvidos tristes.

Hoje pensei de novo em como se eu soubesse que me amavas eu teria arriscado a própria vida para ficar perto de ti. Como eu quis acarinhar-te, tomar-te a cabeça num abraço de colo, beijar-te a testa e as pálpebras e deixar-te repousar em mim. Como eu quis amar-te e não só tomar-te para mim, ser dona de ti como tu me tomaste a mim.

A paixão e o amor avassaladores não cabem em lugar nenhum e não podem existir com tanto desejo reprimido. De tanto nos amarmos morreríamos de tanto nos consumirmos a mente, o corpo,  tesão, infindáveis. 

"Porque és o meu homem e eu tua mulher". 

Seria caricato se não fosse trágico, eu ter pensado que tu e todos os teus me perseguiam por tua causa, dizendo tu até palavras que eu tinha acabado de dizer, e tu pensares também o mesmo, que eu te cercava, quando na verdade eu já tinha como costume acompanhar todos vocês porque gostava de todos e obviamente queria estar lá para ajudar no que dava. 

Que irritação mútua que sempre nos deu, pudera, tudo tão assustador até, acho que nunca conheci alguém assim que fosse tanto como eu com toda a minha impossível complexidade e contradições.

 Espero que a lua seja um bocado mais meiga comigo e me alivie pelo menos um dia deste meu sofrimento atroz em que vivo por não poderes sequer ser meu amigo.

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