Quem julga que Poesia é minha confissão, não sabe o que é a Poesia. Eu não existo, apenas registo. Nada do que é de mim artístico é algo fixo. Eu não sou o que está escrito, nem escrevo o que é por mim dito. Sou apenas um veículo, que ora mete o turbo, ora pára, ora anda em contramão. Eu não sou nada do que está escrito, nunca fui algo definido, nem tenho qualquer razão.
Mas o que eu sinto, só a ti digo, embora seja só tempestade, vento e turbilhão. E, por isso, o silêncio e a solitude foram sempre o meu maior e mais bem guardado ofício, ninguém mais tirará os meus pés fora do chão.
Ser artista é apenas emitir as sensaçőes que nos enviam para que nós as proliferemos nos tempos em que vivemos. Ser artista é a derradeira servidão.
Sem comentários:
Enviar um comentário