quarta-feira, julho 05, 2023

Confiança

 Desde o início deixei dominar-me, invadir-me e tomar conta de tudo o que eu tinha ainda. Até desenvolver uma empatia neurótica em que tinha sintomas físicos, como por exemplo a pessoa beber e eu acordar com dor de cabeça, para não falar no stress, na ansiedade, no estômago e também nas sensaçőes histriónicas, no desejo, na alegria, na emoção, na dor, no amor e tantas outras coisas. 

Eu quis fugir do que me fazia mal, mas como algumas vezes o bem que me fazia era maior e eu amando tanto sempre, fiquei agarrada a alguém como se fosse necessário para eu respirar. Era tudo o que eu tinha de genuína ligação de compreensão, sentia eu. Isso é tão raro e tão fulcral para mim, que jamais podia se perder algo assim. Mas quando o outro não sente o mesmo e pensei eu por um equívoco técnico que também não me tinha defendido num momento crucial, tudo ficou pior e foi a gota que transbordou dado o contexto todo da altura terrível. 

Quando se está completamente quebrado não se devia contactar com ninguém, sempre disse e fiz, mas naquela altura convenceram-me do contrário, eu confiei, deu no que deu. Eu nunca confiei em ninguém totalmente pelos vistos, mas em quem confiei nos últimos tempos com tudo só me serviu para confirmar e relembrar que não podemos realmente confiar em ninguém que não vá usar isso contra nós. 

Eu também nunca tinha sido essa tão pior versão de mim. Nunca mais vou ser assim, ainda bem. Todas as coisas que aprendi ultimamente só serviram para finalmente regressar ao meu estado anterior de lucidez sem influências externas para me atrapalhar nas melhorias todas. Hoje também foi bom escutar que  já fiz imensas e posso seguir muito mais esperançada de melhorar muito mais e um dia ter dias bons. 

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