Preciso que vivam. Não em função de mim, como eu vivi este tempo todo. Preciso que vocês vivam. Que arranjem alguém, que dancem, que saiam e se divirtam, que se entreguem aos prazeres e às maiores alegrias que podem ter. Mesmo que não se lembrem no dia a seguir. Mesmo que no fim de contas fique só um vazio. Mesmo que tudo pareça vão. Sei que é o meu acto mais egóico, pedir-vos isto, como se o estivessem a fazer também por mim, mas só queria saber-vos sempre bem, mesmo longe de mim.
A vida nunca foi muito simpática comigo nestas coisas. Eu continuei à sua revelia. A fazer de conta que podia e a pagar um alto preço de cada vez pela minha teimosia. Por maior que seja o meu inferno diário, nunca desisti completamente, como dá para ver, ainda estou aqui. Faltou coragem para desistir. Faltou muito pouco.
O nosso tempo é finito. O nosso amor, senti eu, era infinito. Que celebres essa infinda magnitude dele cada vez que olhares o céu, cada vez que experienciares o maravilhamento, seja porque viste uma estrela cadente, seja porque viste um flor bela. Assim, também eu estarei contigo aí um bocadinho presente.
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