O meu coração não tem pena de mim
todos os dias ele faz-me sangrar
memórias dolorosas do mar
que tive um dia antes de naufragar
sem saber que o tinha sequer
Eles não amam ninguém
apenas preenchem as horas vazias
com pessoas que lhes dão alegrias
momentos de prazer
em que o desejo é servidão
pensam eles sem complicação
A vida tentam levar como epicuristas
mas não sabem que o coração
tem razões que a mente desconhece
e que é ele quem lhes amargurará
toda a corrente que fluiu até ao fim
Se eles são marés, o coração é escanção
e só bebe do mais requintado vinho
em copos de cristais finos
e jamais se deixa entornar
pois sabe que a maré vaza há-de chegar
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