Sim, é possível que me tenhas amado e eu, com medo e achando que não te merecia, fiz o pior que podia para detonar tudo. Mas tendo sido tudo tão inconsciente e sem achar que tinha jeito, pondo os pés pelas mãos mais ainda a cada trejeito, o que poderia eu ter feito? Queria não ter feito nada, não ter existido sequer para ti nem para ninguém, passar despercebida como uma brisa leve outonal que vai morrer um pouco mais longe depois de agitar umas folhas secas amarelecidas.
Desculpa-me por tudo, eu não te mereço por ter pensado desde o início que não te merecia. Logo eu que o contrário dizia, sobre as pessoas não terem de merecer as outras. Estava tão mal por ter perdido as pessoas que mais amava, que pensei que não valia mais nada.
Nem vi que estava a encontrar alguém que queria que estivesse na minha vida sempre de alguma maneira afectuosa. Sempre fui essa criança imatura afinal, que por ter sido ferida e não ter tido a estrutura básica de atenção e carinho e protecção das figuras que deviam tê-lo feito de início, procurei isso noutra pessoa e fiz de ti tudo para mim. Um peso tão grande e devastador. Pensei em como foste capaz de aguentar tanto tempo da primeira vez e da segunda também, como quem te conhecia me dizia sobre ti e eu pensava que ao menos aprenderias de uma vez por todas e isso te faria bem, mesmo que custasse a mim tanto. Pior que eu não estava preparada para seres tudo e tanto.
Hoje avancei muito e tive a certeza disso, em vez de ontem que estava tão desanimada a pensar que tinha retrocedido tanto de novo e que realmente não haveria maneira possível de se curar no ambiente que nos põe doente, como sempre toda a gente me disse ao longo da vida.
Acho que hoje estamos orgulhosos um pedacinho. Espero que sim, que possa ser.
quarta-feira, julho 05, 2023
;(
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