Apercebo-me só agora de como talvez fosses a única pessoa até hoje que parecia que eu sentia sempre o que estava a sentir, assim mesmo, sem ver sequer. Realmente só podia ser uma loucura do meu cérebro, com a tal empatia neurótica exacerbada, ainda mais com essa probabilidade raríssima; daí ter-me parecido tudo demasiado doido para eu conseguir aceitar.
(todos me disseram para te esquecer. eu nunca consegui. não sais de mim, estás demasiado entranhado e quando a escuridão maior regressa, regressas tu com toda a tua presença ainda mais agarrada ao esqueleto que resta hoje em dia de mim
e olha que estúpido: às vezes, raramente, vem à cabeça "ah, já esqueci", como se só isso já não fosse lembrar. acontece destas coisas a toda a gente, imagino. e ainda penso "um dia eu esqueço, assim como toda a gente esquece toda a gente.)
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