Wednesday, February 04, 2009

poema que se sente mais vezes do que gostava:

Abandonaram-me...
É verdade...
Não acreditas?
Pois é, eu ainda estou pior;
Sou eu quem não quer acreditar.
Foi mesmo essa a causa:
Acreditei que seria impossível.,
Agora permaneço aqui de dia;
Gelado e ébrio o pensamento.
Imóvel; frustração e ironia.
De noite, esqueço-me ali :
Naquele canto só, ao relento.
Frio ou mesmo calor?
São coisas às quais a sensibilidade
também desertou sem pudor,
E já eu, nem sinto saudade.
Sim, os meus sentimentos também!
Fecharam-me as portas do amor
Já há muito tempo e nem
Soube sequer o que isso era.
Querias o quê?!
Sempre frágil, enfraquecera
A cada virar de costas.
Mas porquê, perguntas porquê?
Se eu soubesse, isto não acontecia.
Tal como tu não gostas
Eu odiava o que entedecia;
Detestava e mesmo fugia
Do entardecer chegando veloz,
Ultrapassando tão atroz
A minha alma aterrorizada,
Abandonada e sem voz,
Enquanto o mundo vibrava
De furor e vida, era ledo.
Sou triste dizes tu,
Dramaticamente meto dó.
Pois eu digo-te agora,
Que de drama nada tem,
Ficar abandonada e só...
Não gostas, vai-te! Fora!
Não quero que tenhas pena também,
Vai-te, que a minha voz...
Que um dia foi fala maviosa,
Está agora a morrer angustiada
De tanta mágoa e desespero.
Deixa-me adormecer em paz
No pouco sono que ainda jaz.