Saturday, June 29, 2013

Todos os dias eu amo-te em silêncio
como que em oração num templo
onde a devoção que te tenho faz-te o meu deus pessoal.

E todas as noites são passadas em contemplação
na adoração do que foste para mim
lembrando os teus dizeres e gestos
e todos os nossos momentos.

A dor de já não te ter enlouquece-me silenciosamente.
Eras a minha família: a quem dizia boa noite
e a quem desejava um bom dia.
Agora, não poder chegar até ti faz-me sentir paraplégica,
com os braços e pernas amputados
impedindo-me de te alcançar.

O meu desejo de ti encobriu-se de sombras
e já não mais quero alguém amar 
porque o amor agora só significa dor.

Tuesday, June 25, 2013

O som do coração a partir-se

Nunca tinha ouvido aquele som antes...
O som do coração a partir-se em microssegundos
acompanhado pela dor lancinante no peito

Para aniquilar sete anos precisamente sete palavras...
sempre metódico, o meu "Ming, o implacável".

Nada sinto, nada sou
e já quase nada resta.

Nunca tinha ouvido aquele som antes...
O som do coração a partir-se.

Friday, June 21, 2013

O Amor é como aqueles animais que se põem a atravessar estradas: acabam sempre atropelados.

Wednesday, June 12, 2013

O fim de uma relação

Não tenho nem nunca tive nada para te oferecer, só dores e tormentos,
os abortos de um mundo de podridão fecundo.
Por isso, fizeste bem em partir, mas devias ir inteiro,
todos os outros encontraram quem lhes fizesse felizes depois;
nunca fui a mais amada e ainda bem que é assim
pois nunca guardei nenhum prisioneiro,
nem quero ser a maior causadora de sofrimento.

Sejamos o mais cândidos que podemos ser
no meio da nojice humana em que habitamos
e ofertemo-nos a paz possível na solidão.

Verdadeiramente sempre estivemos sós:
tu nunca te abriste comigo até à última
e eu nunca te revelei o que incomodava.
Nenhum de nós esteve lá para o outro,
apenas parecia,
pois eu estava e tu não querias
e tu não estavas e eu precisava.