Não tenho nem nunca tive nada para te oferecer, só dores e tormentos,
os abortos de um mundo de podridão fecundo.
Por isso, fizeste bem em partir, mas devias ir inteiro,
todos os outros encontraram quem lhes fizesse felizes depois;
nunca fui a mais amada e ainda bem que é assim
pois nunca guardei nenhum prisioneiro,
nem quero ser a maior causadora de sofrimento.
Sejamos o mais cândidos que podemos ser
no meio da nojice humana em que habitamos
e ofertemo-nos a paz possível na solidão.
Verdadeiramente sempre estivemos sós:
tu nunca te abriste comigo até à última
e eu nunca te revelei o que incomodava.
Nenhum de nós esteve lá para o outro,
apenas parecia,
pois eu estava e tu não querias
e tu não estavas e eu precisava.
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