terça-feira, dezembro 27, 2011

Soneto da cisão/decisão

Hoje voltei àquele lugar
onde um dia te deixei
decidida a não voltar
e não mais me lembrei

Senão quando vi cinema
ouvi música e chuva
quando vi o céu que teima
em deixar-me a vista turva

E brindo ao que tive
sabendo que não o quero mais
nem voltar aonde estive

Só quero saber onde vais
e ir para outro país
cortando todo o mal pela raiz.

segunda-feira, dezembro 12, 2011

Os céus de Inverno com mil cores, de tons melancólicos mas fortes e eu decido deixar crescer os cabelos alvos e mortos para depois renascer.

domingo, dezembro 11, 2011

Suspenso

Existem entre nós olhares que não são mudos e gestos que vingam o teu cheiro.

Há toda uma praia de pequenas gotículas frescas que acariciam o rosto e perduram sobre a ponta do nariz.

TODAS AS PÁGINAS ARRANCADAS DE NÓS E JOGADAS AO MAR ESTÃO POR SER LIDAS.

E no amanhecer sonolento que dura uma eternidade, a maré traz aos nossos pés espuma, que se desfaz rapidamente, deixando resquícios castanhos, como que sujos, peneirados pela areia.

Hoje não sabemos o nosso lugar na estória, nem qual o papel que nos calhou. Só podemos ficar assim, no limbo das primaveras que foram, na saudade do que viria agora.

A lua já não me vigia e o céu já não me mostra a tua dor. Restava-me esperar um sinal de ti, onde sempre apareceste na minha mente, nas sombras e luzes dos dias tranquilos mas vazios.