Perdi alguns poemas pelo caminho,
objectos da memória esquecida e voraz,
a canibal de todos os meus desejos.
Trituro agora,com a tenacidade de quem range os dentes,
esses sonhos perdidos no tempo;
esmiuço-os com muita dificuldade,
como um amblíope que se esforça por ver.
Sonoramente irrompem no meu peito trovões
de tempos idos e paixões tidas,
injectam correntes em rios de paredes finas,
vasos capilares que transbordam em segundos
num desenfreado espasmo para o coração.
Vislumbrei o que foi o acumular de granizo entre os fios de cabelo,
como uma velha árvore despida, de ramos enbranquecidos,
esquecidos ao luar.
E quando o sol raiava, com os seus dedos de luz
a acariciar-me a pele dourada... que frisson...
o vigor da juventude.
domingo, maio 01, 2011
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