Parece-me que o Tempo nunca se cansa
e está sempre à frente do acontecimento;
é um velocista que ensaia uma dança
e não vê o seu próprio movimento.
Discorre ondulações de brisa no ar
Descobre vibrações de raios de luar
No deserto a areia passa pelos cabelos
das memórias de todas as pessoas
que vagueiam dias e noites nas dunas
No campo a erva passeia pelas pernas
das visões de todos os animais
que perambulam manhãs e tarde nos montes
Na cidade o asfalto é pisado pelos pés
das histerias de todos os autómatos
que nervosamente se atropelam entre os prédios.
E em todos os cantos e todas as ruas e todas as paisagens
a vida toma forma e o Tempo não se apercebe.
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