O mar azul e branco e as luzidias
Pedras – O arfado espaço
Onde o que está lavado se relava
Para o rito do espanto e do começo
Onde sou a mim mesma devolvida
Em sal espuma e concha regressada
À praia inicial da minha vida.
Mar sonoro, mar sem fundo mar sem fim.
A tua beleza aumenta quando estamos sós.
E tão fundo intimamente a tua voz
Segue o mais secreto bailar do meu sonho
Que momentos há em que eu suponho
Seres um milagre criado só para mim.
Também gosto destes, que não vi lá:
No mar passa de onda em onda repetido
O meu nome fantástico e secreto
Que só os anjos do vento reconhecem Quando os encontro e perco de repenteDia do mar do meu quarto – cubo Onde os meus gestos sonâmbulos deslizam Entre o animal e a flor como medusas. Dia do mar no ar, dia alto Onde os meus gestos são gaivotas que se perdem Rolando sobre as ondas, sobre as nuvens.
De todos os cantos do mundo Amo com um amor mais forte e mais profundo Aquela praia extasiada e nua Onde me uni ao mar, ao vento e à lua.
Onde mais bela crina sacudida Ou impetuoso arfar no mar imenso Onde tão ébrio amor em vasta praia
Aqui nesta praia onde Não há nenhum vestígio de impureza, Aqui onde há somente Ondas tombando ininterruptamente, Puro espaço e lúcida unidade, Aqui o tempo apaixonadamente Encontra a própria liberdade.
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