A inocência que não foi, que não esteve, que nunca chegou.
Porque não podes querer nada, porque és pobre e miserável
e a estes apenas cabe a luxúria da penúria e do abandono.
Não ambicionas, não vês as fráguas perfumadas a carmim
- o desejo.
Hoje és poalha nas digitais de um vagabundo
e habitas o asco com que todos o olham.
Não foste parido pela educação do estóico,
nem por outra qualquer. Apenas largado.
Ninguém te ensinou a querer.
Houvesse quem te tivesse tido amor
e talvez conhecesses a irmã da chama
que habita nos seres completos,
nos que não foram abandonados.
Mas tu és apenas inexistente,
como as flores invisíveis do mal.
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