Tem duas estirpes este sentimento,
tão afamado de nobre e poético,
a beleza do que se teve
e a falta do que se podia ter tido.
No entanto, dessas duas estirpes,
nenhuma me parece digna de dó:
a saudosista só glorifica o que perdeu
e a idealista espera o que não aconteceu.
Vigora a lei do cansaço, da dor e do desembaraço,
a Saudade já não interessa, não vive de um abraço
e à Tristeza já não há quem a impeça.
Em conformidade e em conformação se perdura
quem da sabedoria do Oeste e do Oriente bebeu,
o meio termo da Felicidade e do Sofrimento urdura
no frágil e danoso tear da vida, que recebeu.
segunda-feira, janeiro 31, 2011
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