Fico sem saber o que fazer, meio suspensa, congelada
Como se estivesse presa numa teia de aranha feita à minha medida
E pressionada, espalmada,
a barriga no chão comprimida
e ainda com a dor de um soco no estômago
esse âmago da dor.
Vejo-te em todos os objectos que me deste e nos que não foram teus,
em todas as loiças e coisas de vestir,
quebro, grito, mas por mais que não mais me oiças,
não cessa o meu carpir.
Sei que eras a mais dourada das flores
Que te vestias com mil cores
E que contigo não havia tristeza ou dores,
Por isso tento ao máximo levantar-me com destreza,
Mas pensar que faltou muito de beleza
Para juntos os três vivermos
Só me dá raiva da injustiça
Nesta vida que só nos lixa.
Sem comentários:
Enviar um comentário