segunda-feira, outubro 26, 2020

Morreste, minha "mais que mãe"...

 Fico sem saber o que fazer, meio suspensa, congelada

Como se estivesse presa numa teia de aranha feita à minha medida

E pressionada, espalmada,

a barriga no chão comprimida

e ainda com a dor de um soco no estômago

esse âmago da dor.


Vejo-te em todos os objectos que me deste e nos que não foram teus,

em todas as loiças e coisas de vestir,

quebro, grito, mas por mais que não mais me oiças,

não cessa o meu carpir.


Sei que eras a mais dourada das flores

Que te vestias com mil cores

E que contigo não havia tristeza ou dores,

Por isso tento ao máximo levantar-me com destreza,

Mas pensar que faltou muito de beleza

Para juntos os três vivermos

Só me dá raiva da injustiça

Nesta vida que só nos lixa.

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