segunda-feira, setembro 09, 2024

A queda de um ídolo

 Numa nuvem pairam os santinhos
Acima da Terra a guardar os humaninhos
Vem um vento forte da estratosfera 
Os santinhos entram em guerra
E na Terra é um quem dá e leva
Que já ninguém pode com o desatino

Vira e mexe dizem que é destino
Vêm os profetas do tal do apocalipse 
E eu que sempre fui tāo ingenuozinho
Acreditei no que cada santinho disse

Pus cada um no seu altar bem alto
Levei flores e fui pinga-amores
Quando pomos o fado em contralto
Só para escapar à responsabilidade 
De cada um pelas suas próprias dores
Dá ao salvador toda a sua potestade 

Já eu que desde criança lido com horror
Sei bem o que os que têm deus na barriga 
E auréola depositada pelo alheio louvor
Têm no cerne, revelando na hora da briga

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