A relação que tenho comigo,
sendo a mais intensa e duradoura
de todas as relações que já tive,
deixa-me farta de mim mesma.
Demasiados eus, demasiados céus,
demasiados ais e demasiados mais.
Todas as unidades de tempo,
milimetricamente contadas,
vividas e tão saturadas
que me tiram hoje o alento.
Estou cansada deste emprego
sem férias
este laborar constante
que torna tudo tão bisonho.
Não sou quem me entrego,
mas sim alguém distante
deste mundo implodido
onde o horizonte é tristonho.
Quero sair deste modo implorativo
desta auto-comiseração forçada
talvez por alguém que não sou eu
talvez por alguém melhor do que eu.
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