Metem-me nojo «os fatos»
que andam por aí em contralto
armados em superiores, são mais sujos que o lixo,
mais reles que as ratazanas do esgoto
esses ditos senhores doutores.
Metem-me nojo os «sapatos de vela»,
também produzidos em série,
que pisam nos pobres transeuntes
com o seu olhar de desprezo
trazem «os outros» numa trela
é a escravidão que eu agora revejo.
Objectos de luxo que desfilam
em paradas de mete-nojos;
são eles carros, roupas, delicatessen,
esses burgueses, a camada alta,
ignora quem lhes produz esses artigos:
o povo trabalhador, os que perecem.
Assim, os mete-nojo habitam este lugarejo
espalhando os seus negócios pela terra,
onde têm como dirigentes altamente remunerados
os seus amigos e familiares mete-nojo,
que exploram «os outros» que são,
como em tudo o resto no planeta,
noventa por cento dos que têm coração.
terça-feira, novembro 16, 2010
quarta-feira, novembro 10, 2010
A Casa
Construí uma casa para nós,
mas habita apenas na minha imaginação,
pois não é feita de tijolos,
é mormente feita de sonhos,
muitos desejos e uma imensa paixão.
É lamechas a decoração que invento,
na realidade tem cores e linhas sóbrias,
minimalistas e nada rococó.
Digo-a lamechas por pensar em cada traço
teu e meu e transpô-lo para cada móvel,
para cada pavimento e disposição de objectos.
Mas de verdade ela é cinza, azul noite, negra,
com apontamentos de vermelho,
envolvidos em pacíficos mantos de branco,
um pouco como o nosso amor.
A nossa casa é rectilínea, mas flutua como nuvem,
marmoreada com pedras preciosas encastradas,
a anciã técnica da pietra dura adorna uma parede externa
ancorada no pátio, da parte de trás onde bate o sol.
Não há espaço para arrependimentos nem mentiras
em todas as mesas e cadeiras que temos.
Não há jardim, nem árvores tão velhas quanto nós,
nem sequer flores porque eu sou alérgica
e porque tu simplesmente não as entendes.
Dizem que é mais fácil amar alguém
quando não temos de viver com ela sempre,
mas contigo eu vivo todos os dias
na casa que construí para nós
e parece-me que as amplas janelas da sala
estarão sempre com vista para o nosso amor.
mas habita apenas na minha imaginação,
pois não é feita de tijolos,
é mormente feita de sonhos,
muitos desejos e uma imensa paixão.
É lamechas a decoração que invento,
na realidade tem cores e linhas sóbrias,
minimalistas e nada rococó.
Digo-a lamechas por pensar em cada traço
teu e meu e transpô-lo para cada móvel,
para cada pavimento e disposição de objectos.
Mas de verdade ela é cinza, azul noite, negra,
com apontamentos de vermelho,
envolvidos em pacíficos mantos de branco,
um pouco como o nosso amor.
A nossa casa é rectilínea, mas flutua como nuvem,
marmoreada com pedras preciosas encastradas,
a anciã técnica da pietra dura adorna uma parede externa
ancorada no pátio, da parte de trás onde bate o sol.
Não há espaço para arrependimentos nem mentiras
em todas as mesas e cadeiras que temos.
Não há jardim, nem árvores tão velhas quanto nós,
nem sequer flores porque eu sou alérgica
e porque tu simplesmente não as entendes.
Dizem que é mais fácil amar alguém
quando não temos de viver com ela sempre,
mas contigo eu vivo todos os dias
na casa que construí para nós
e parece-me que as amplas janelas da sala
estarão sempre com vista para o nosso amor.
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