domingo, fevereiro 27, 2011

O significado de tudo...

O significado de tudo está tão simplesmente na aura do que se sente acerca de todas as coisas que se podem observar ou apenas cogitar.
Na ponta dos dedos, o toque suave ou áspero. O cheiro que emana de algo que passou. A voz doce ou a brisa salgada que arranha a cútis, as memórias que emergem tão subitamente, a ferros. Tudo o que é belo, será? A razão encontrar-se-á em tudo o que é tão livremente belo? No fundo esfumaça-se, como o véu de luz sombria que recortou a silhueta de alguém por uns instantes.
O significado de tudo está tão simplesmente na totalização do nada. Tão simplesmente... tudo... e nada.

A necessidade de enquadrar numa significação familiar tudo o que nos existe, insiste e impõe-se, mas de nada serve a longo prazo. Assim como uma pessoa cuja mente é assolada pelo fantasma do esquecimento, também tudo se torna fantasmagórico num fatídico Alzheimer da vida.

Daí, enquanto estarmos vivos estarmos a viver uma espécie de sonho, acordados, sem termos consciência disso. Há um limite para todas as coisas: o início e o fim, sendo a vida e a morte, em estado onírico.
O ressonar, por vezes mais grave ou mais agudo, de cada um de nós enquanto a sonhar em vida, faz com que não haja qualquer vestígio do aspecto ilusório que vivemos.

Todas as medidas de todas as coisas são distorcidas pelo significado que lhes atribuímos, não havendo significado real também elas não têm qualquer peso ou medida.

Tão simplesmente...