domingo, julho 31, 2011

O hábito faz o diabo.

O mal é habituarmo-nos:

somos rodeados quando nascemos  e ficamos com a sensação que somos o centro do mundo, que importamos para alguém, que as pessoas gostam de nós...

habituamo-nos a nunca estarmos completamente sós, a sermos inundados com ofertas, muitas delas personalizadas, e o sentimento de que somos maus se não nos damos, se não nos entregamos...
e quando o fazemos damo-nos mal, inevitavelmente, porque darmo-nos com os outros seres que são tão imperfeitos e mortais como nós só pode acabar em tristeza...

é triste saber que se nasce e morre só, mas mais triste ainda é ter a consciência de que pelo meio também não houve quem verdadeiramente nos amasse e se partilhasse connosco.

não seria tão triste, o caso, se não fosse pelo facto de nos termos habituado desde pequenos a haver pessoas ao nosso redor e por momentos elas nos darem atenção... e existir o estigma de que quem não é recipiente dessa atenção, é, de alguma maneira, menos digno.

O hábito faz o diabo de nós. O não aguentarmos vivermos sós, sentindo que sem sermos amados, ou acarinhados de alguma forma, não somos ninguém, não vivemos realmente.

E depois, no meio disto, há o Amor, há sempre o Amor. Saber que para nos sentirmos vivos, temos de experienciá-lo e usufruir da alegria que só ele nos pode proporcionar.

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