Preferia ter-te por perto,
mas que tivesses a meio das costas, enganchado entre uma vértebra, um cordel, elástico, para que te pudesse puxar e devolver-te ao mundo sempre que necessário.
Sei que chega uma altura em que, por me serem previsíveis, irritam-me os traços que no início me encantavam, acontece aos melhores, com o passar do tempo; daí nunca ter permanecido muito tempo,
mas confesso que me sabia bem, numa espécie de manto cálido de conforto, aquele simulacro de ventre, permanecer apenas,
perto, tão perto quanto desejável.
E sei que estás sempre dentro de mim (porque te tornaste parte integrante do meu corpo e da minha mente) e isso já não me incomoda tanto quanto no início em que me pulsava a um ritmo louco a memória e a presença do teu ser, no sentido em que quase me impossibilitava fazer o que quer que fosse, por me sentir com o peso constante da tua ausência a esmagar-me por dentro...
no fundo apenas te quis e sempre te quero perto.
mas sei que não é possível. pelo menos por enquanto.
Regresso a ti e tu a mim de vez em vez, como se fôssemos a areia e água do mar; absorvemo-nos, enrolamo-nos, mas somos sempre uma mistura heterógenea; tão únicos e complementares.
Hoje sei que será possível a mediania da distância, o negociar das individualidades, o elevar do amor e da intimidade a um patamar sublime, intocável e impossível de se destruir.
Resta saber, quando será que... te vou ter perto.
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