terça-feira, junho 19, 2012

Não há diferença

As minhas mãos não estão muito diferentes
de quando te deixei no quarto escuro
com a penumbra a envolver-te o corpo
mas não fui capaz e voltei a ver-te.

Os meus cabelos não estão muito diferentes
de quando passeávamos de mãos dadas
e o vento os percorria como invisíveis dedos,
mas não fui capaz de derrotar os velhos medos.

O meu rosto não está muito diferente
de quando visitavas as memórias doces e amargas
apenas de olhá-lo nos olhos
mas não fui capaz e reduzi-as a escolhos.

O meu corpo não está muito diferente
de quando te deitavas a meu lado
e mo acariciavas durante lânguido tempo
mas não fui capaz e perdi o momento.

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