Estás presente em todo o lado, mas não consigo ver-te.
Estás a toda à minha volta.
Estás em mim.
Mas ainda assim não te consigo ver como dantes.
Não te consigo tocar como antigamente.
E sufoco aquilo que me apetece gritar.
Escrevo-o debaixo de água com a fúria do grito calado.
E contenho-te para que não me esqueças.
sábado, abril 27, 2013
terça-feira, abril 23, 2013
sexta-feira, abril 19, 2013
Na tua pele
Na tua pele me alimento e bebo desse teu cheiro que me inebria e me faz cair nos teus braços sem defesa.
Repouso na tua pele colada à minha de tal maneira que nos sufoca com tanto desejo. Sinto as gargalhadas que elas dão juntas por mergulharem vezes sem conta num só abismo de prazer.
É na tua pele de sol, de areia, de tarde cálida num deserto tórrido que é esse teu corpo de dunas e oásis, que eu sinto milhões de vezes a vida começar como se nunca tivesse existido antes.
Não há palavras que descrevam o que sinto quando estou na tua pele...
É mais que Amor o que sinto..., é Amor, paixão, desejo e tudo mais, concentrado no sentimento mais profundo e denso, honesto e saudável, que tenho o prazer de conhecer.
Há em ti uma ternura que parece ser só minha conhecida, de um menino adorado pelos pais e que tanto carinho guardou deles consigo, com uma inocência rara. Por outro lado, vejo em ti uma leve tristeza que é profunda desilusão de quem cresceu belo num mundo hediondo.
Essa altivez, essa racionalidade e no entanto uma vontade de te deixar ir, de parar um pouco, de ficar suspenso em camas de plumas no pensamento.
Gotejo porque me esforço e não posso mais, por isso até amanhã.
-- in rolo de papel 05/11/2007 --
Repouso na tua pele colada à minha de tal maneira que nos sufoca com tanto desejo. Sinto as gargalhadas que elas dão juntas por mergulharem vezes sem conta num só abismo de prazer.
É na tua pele de sol, de areia, de tarde cálida num deserto tórrido que é esse teu corpo de dunas e oásis, que eu sinto milhões de vezes a vida começar como se nunca tivesse existido antes.
Não há palavras que descrevam o que sinto quando estou na tua pele...
É mais que Amor o que sinto..., é Amor, paixão, desejo e tudo mais, concentrado no sentimento mais profundo e denso, honesto e saudável, que tenho o prazer de conhecer.
Há em ti uma ternura que parece ser só minha conhecida, de um menino adorado pelos pais e que tanto carinho guardou deles consigo, com uma inocência rara. Por outro lado, vejo em ti uma leve tristeza que é profunda desilusão de quem cresceu belo num mundo hediondo.
Essa altivez, essa racionalidade e no entanto uma vontade de te deixar ir, de parar um pouco, de ficar suspenso em camas de plumas no pensamento.
Gotejo porque me esforço e não posso mais, por isso até amanhã.
-- in rolo de papel 05/11/2007 --
quinta-feira, abril 18, 2013
segunda-feira, abril 01, 2013
Amar e Perder
Algo que é comum a todos os seres humanos:
ter e perder. Há apenas um conjunto limitado de possíveis reacções que temos
face à perda. No entanto, a característica que permanece igual é a de ficarmos
sempre com a sensação da perda. Esta sensação é como um pôr-do-sol que chega
tímido e termina em avassaladora escuridão.
As sombras que se deitam sobre toda
a paisagem e se erguem no horizonte são apenas o acabar de um dia.
Mas para quem perde e tem essa noção
vincada no peito como um golpe que é desferido, o fim é mais duradouro,
prolonga-se pela madrugada fria de quem teve e não foi capaz de manter.
Esta incapacidade que aflora na
mente então parece estender-se num ápice, correndo pelas veias até nos definir
de tal forma que todo o nosso corpo passa a ficar mais pesado. O corpo que é tão
nosso e que só perdemos no final de tudo… O corpo que na maioria do tempo não
quisemos pois prende-nos ao chão impedindo-nos de voar…
Desta pequena germinação de
incapacidade nasce a culpa. A culpa que todos conhecemos e da qual ninguém se
livra nem mesmo no leito de morte. A culpa por sermos incapazes de ter sem
perder, de amar sem perder e por vezes, nos mais conscienciosos, a culpa por só
termos amado mais quando perdemos.
Disto é feito o ser humano.
Eu amei e disse que amava. Eu perdi
e lamentei as minhas perdas. E ainda assim, a culpa por incapacidade de reter
mantém-se.
Portugal, Portugal...
Ultimamente, Portugal faz-me lembrar um doente terminal, que quase a falecer de doença prolongada apresenta alguns típicos rasgos de lucidez que são os poucos negócios novos de que se ouve falar, mas que em nada evitam o fim.
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