quinta-feira, maio 28, 2015

os destroços da alma dela não se vaporizavam como grafite pisada entre os dedos, mas deixavam iguais manchas de escuridão com rasgos de claridade à volta. eram as farripas da dor, dura, calejada, que como farpas alvejavam o seu corpo.

(inspirada por uma foto da série de edíficos abandonados, de Antoine Pimentel)

sexta-feira, maio 22, 2015

Apercebo-me de que a presença mais constante na minha vida inteira foi o sofrimento. Mês após mês, ano após ano.
Facto triste esse, mas não é à toa que quando penso no meu coração que me dói sempre no vazio do peito vejo-o dilacerado como se vários abutres disputassem a sua carne em pedaços.

segunda-feira, maio 18, 2015

Se tiveres alegria como nota de topo, inteligência como nota de corpo e lealdade como nota de fundo, poderás bem ser a pessoa que me perfuma.

domingo, maio 17, 2015

Surfer Girl

Sei que vim do mar e da terra,
assim como se vem de uma mãe e de um pai.
Sei que tudo e apenas aquilo que queria ter sido era uma "surfer girl". Só viver o sonho como nas músicas dos The Beach Boys.
Mas a vida, já com a morte incluída, é o que acontece mediante todos os factores mais determinantes com apenas ligeiras variações. Por isso, o serem todos mais ou menos iguais nas suas vidas e terem-nas todas da mesma forma dentro das opções possíveis.
O universo por aí com luz e escuridão e lusco-fusco como no mundo de homens e mulheres, e misturas químicas, como no corpo meio binário e com a espinha no meio dele. E a transfusão de toda essa alquimia, na lágrima, no sémen, no sangue e no suor.

A vida na Terra como a conhecemos: em que às vezes o sistema é binário como o bem e o mal e o certo e o errado, e outras vezes casos passíveis de que haja matizes.

No caso da Surfer Girl seria ainda a primazia do the simple, the beautiful and the best.
O que mais uma rapariga poderia querer?

terça-feira, maio 05, 2015