segunda-feira, outubro 31, 2016
sábado, outubro 15, 2016
Refugiados
Olho o mar, esse cemitério líquido e conturbado, e vejo os brilhos dos picos das marés, por um segundo é como se fossem a cinza prateada dos corpos que, flutuando no balançar, são o mercúrio tóxico do termómetro do Mundo.
É o Mediterrâneo, o berço fértil dos naufrágios da esperança. É a maré que leva os mortos e traz os feridos. É o azul e o negro e toda a funesta noite infinita que se desenrola depois da lua cheia.
É o Mediterrâneo, o berço fértil dos naufrágios da esperança. É a maré que leva os mortos e traz os feridos. É o azul e o negro e toda a funesta noite infinita que se desenrola depois da lua cheia.
sábado, outubro 01, 2016
Olhar as estrelas.
As estrelas acabam (quase) sempre por se extinguir e muitas caem que nem morteiros a espalhar fantasia pelos humanos/terráqueos que as olham.
Os olhos que são náufragos da mente e o teu regaço invisível acolhe-me mais uma vez sem saber...
Não peças mais desejos, contempla o infinito apenas.
Os olhos que são náufragos da mente e o teu regaço invisível acolhe-me mais uma vez sem saber...
Não peças mais desejos, contempla o infinito apenas.
Lengalenga do Patriotismo
Cidadãos compatriotas, tendo seus países como suas paixões, desfilam pelas ruas, dão as mãos, não se fazem de rogados, nem com mil perdões, sente-se a humidade nas pedras dos chãos como a que envolve a experiência com feijões e o algodão e da NASA começaram a enviar foguetões e desapareceram com o avião. Pufff!
Amo-te tal a força das preces de um escravo negro que grita pela liberdade enquanto está a ser açoitado.
Vasculhas-me a mente com os dedos grossos da memória, dedilhas cada momento como quem procura num armário de ficheiros secretos arquivados há milénios. Também recorres a luvas como quando se mexe em documentos antigos, mas as tuas luvas são feitas de um misto de hesitação, com receio do que podes encontrar.
Não te esqueças que estavas lá comigo, no princípios de tudo e depois quando vieram as areias movediças do tempo abalar-nos o chão que pensámos ter firmes debaixo dos pés.
E não te esqueças também que estavas comigo quando veio o redemoinho que nos evaporou no fim de tudo.
Assim é o nosso amor, espalhado aos quatro ventos, ganhando uma nova vida, ainda maior, correndo a Terra e cavalgando nas ondas do mar, pois nós os dois somos um só conjunto de partículas esvoaçantes e o nosso amor semeia-se em todas as flores e fecunda todos os campos que a vista consegue alcançar... Floresce de novo com mais vigor esse coração que é uno, tal qual a chuva e a terra que sobrevivem à tempestade.
Vasculhas-me a mente com os dedos grossos da memória, dedilhas cada momento como quem procura num armário de ficheiros secretos arquivados há milénios. Também recorres a luvas como quando se mexe em documentos antigos, mas as tuas luvas são feitas de um misto de hesitação, com receio do que podes encontrar.
Não te esqueças que estavas lá comigo, no princípios de tudo e depois quando vieram as areias movediças do tempo abalar-nos o chão que pensámos ter firmes debaixo dos pés.
E não te esqueças também que estavas comigo quando veio o redemoinho que nos evaporou no fim de tudo.
Assim é o nosso amor, espalhado aos quatro ventos, ganhando uma nova vida, ainda maior, correndo a Terra e cavalgando nas ondas do mar, pois nós os dois somos um só conjunto de partículas esvoaçantes e o nosso amor semeia-se em todas as flores e fecunda todos os campos que a vista consegue alcançar... Floresce de novo com mais vigor esse coração que é uno, tal qual a chuva e a terra que sobrevivem à tempestade.
Testes de Esclerótida Múltipla
Estás bêbado, em vez de passares na prova de balão passas na prova de esclerótida múltipla: vês a dobrar, aos ziguezagues, em forma de túnel e tudo a andar à roda. :D
Aniversário - Quase.
Uma data de princípio e uma de fim, como nas embalagens.
Se se soubesse já alguma coisa sobre a vida quando estamos no ventre ainda,
provavelmente teríamo-nos enforcado com o cordão umbilical.
Fazer anos é simplesmente deixar o tempo passar
e por fazer anos no Verão, neste primeiro dia de Setembro,
quase ninguém se lembra dos meus anos,
quase ninguém se lembra que eu existo,
quase ninguém tem saudades minhas,
quase ninguém me visita,
nem quer saber de mim.
Se se soubesse já alguma coisa sobre a vida quando estamos no ventre ainda,
provavelmente teríamo-nos enforcado com o cordão umbilical.
Fazer anos é simplesmente deixar o tempo passar
e por fazer anos no Verão, neste primeiro dia de Setembro,
quase ninguém se lembra dos meus anos,
quase ninguém se lembra que eu existo,
quase ninguém tem saudades minhas,
quase ninguém me visita,
nem quer saber de mim.
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