Olho o mar, esse cemitério líquido e conturbado, e vejo os brilhos dos picos das marés, por um segundo é como se fossem a cinza prateada dos corpos que, flutuando no balançar, são o mercúrio tóxico do termómetro do Mundo.
É o Mediterrâneo, o berço fértil dos naufrágios da esperança. É a maré que leva os mortos e traz os feridos. É o azul e o negro e toda a funesta noite infinita que se desenrola depois da lua cheia.
sábado, outubro 15, 2016
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