terça-feira, novembro 10, 2020

Amanhã (Lamentação - Llorona )

 Quando eu morrer amanhã
E todo o nada que sou hoje
couber num pote de cinzas,
Meu amor que não me escolheste,
Não jogues flores no mar morto 
que foi a minha alma deserta.

Amanhã, meu amor que foste,
quando eu morrer docemente
no mar
não fites as poucas fotografias
nem as ondas que fizemos com o olhar.

Quando eu morrer amanhã,
meu amor que foste, 
não toques as palmas das tuas mãos
como lembrança do nosso calor.

E acima de tudo, 
meu amor que foste,
Quando eu morrer
não chores 
pois "não é possível". 

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