domingo, novembro 29, 2020

O HOMEM INEXISTENTE

 O mofo das camisolas amarelecidas que não saem do armário é o mesmo que está impregnado em cada poro da minha pele e em cada lâmina cerebral da memória.

O breu de meses sem sol a extinguir-me a parca existência e quem eu sentia ser. As mortes, todas ao mesmo tempo, quase que a pontapearem-me o corpo como naquela imagem do cadáver de Savimbi, com apenas as moscas como testemunhas.

Na guerrilha do pensamento, agora, mais uma vez, sou o homem inexistente.

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