Já ouvia a música com o teu nome
anos antes de sequer ouvir falar de ti;
Nela, eras anjo e eu chorava copiosamente
dentro do carro, apoiada no volante
e, em loop, todas as memórias que perdi.
Um dia, apareceste para mim como se fosses de outra época,
um tal mosqueteiro do amor, saído do romance de Dumas,
e eu feito Séneca, deixei-me arrastar seguindo atrás...
Falas-me de estar entre as nuvens e o chão,
Falas-me de mundos ínfimos num gelado coração
E eu já não sei se és a criança que nunca chegou a viver,
Aquela que era para ser o filho do meu melhor amigo,
Um anjinho que se perdeu...
Faz-me confusão maior no meu cérebro doente
Viver assim agora tão convosco e contente
Pois sei que será mais alguém belo que deixará
Um vazio no meu peito quando ao mundo regressará
Mas sei que tudo é assim fugaz
A lição de que ainda não me convenci
Mas por enquanto tenho a tua voz de paz
Para me aquietar sempre quando não dormi.
(Da InSónia para o amigo Gabriel de Almeida Prado; pq "n há maior prazer do que rever velhos amigos, senão o de fazer um novo" <3 )
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