Tiveste tornados nos olhos,
das tempestades no escuro
que apenas raios luminosos
clareavam de vez em quando.
Aprendeste a ser a tempestade,
a domar os redemoinhos e o próprio ar,
manejaste todos os escolhos,
sofrendo as ventanias no corpo,
rasgaste a saudade da fúria do mar
e esse desejo de aplicar a raiva
num modo tortuoso e torto
sem nunca esquecer a saraiva.
Não dá mais para segurar a tormenta,
a sua força e a sua destreza
arrancam à força o que está dentro,
mexem com a beleza que atormenta
desse amor maior que o amor
que o furacão tem no seu centro.
Eu quero trazer com as minhas mãos,
penetrando entre as nuvens carregadas
desse céu de dor e sofrimento,
os raios de sol que desvirginam a noite,
acabam com o breu e trazem a aurora.
quinta-feira, maio 06, 2021
Tempestade
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