Escrevo, porque sangro
E a cada dia desta hemofilia
A que escapo da morte
Sem saber como nem porquê
A poesia-ferida em que me tornei
E não estanca, sempre hemorragia,
Pega no veneno da hiperadrenalina
E com a sua vertiginosa verborreia
Tenta entaipar-me de palavras vãs
Em camadas que se afundam
Como pés caminhando na areia
Se não for para sangrar
Eu não quero escrever
Porque não respeito outros
Que se dizem escritores
Sem realmente a si se ler
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