Que ninguém chore,
porque parte mansa esta criatura
que foi tão vossa como da água.
Outrora se debatia, revolvia e revolucionava
no seu modo de se rebelar,
mas já há quase uma década que não é assim.
Na sua lembrança tem consciência
de que privou de algumas das maiores felicidades
que o ser perene, temporário, experiencia.
Atravessado pela degeneração fugaz,
este ente apercebe-se, no seu fim,
que na morte não há lugar para arrependimentos:
é como ouviu de certa vez - «todos morremos culpados».
Aos poucos, a necessidade de cultura escasseia-a,
lentamente a solidão é a melhor companheira que se tem.
O que é isto senão a morte?
Pois que continue a descansar em paz.
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2 comentários:
Olá, Sónia, já nos conhecemos há um tempinho e só agora é que estou a aperceber-me que expressas muito bem por escrito a tua riqueza em linguagem e pensamentos! Realmente há muito que tens este blog, mas ainda tinha dedicado atenção que merecia..
Parabéns e boa sorte! Ana Ra.
Obrigada minha querida amiga. Significa bastante o facto de teres lido o blogue. Oteu está muito bonito, com a tua arte a ilustrá-lo. bjss
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